No dia-a-dia, considerando a rotina corrida e desgastante que
o mundo atual impõe sobre o homem, apenas restou-lhe tempo para pensar em
coisas objetivas e corriqueiras que envolvem a vida cotidiana: o trabalho e os
problemas que lhe cercam, a escola dos filhos, as compras do supermercado ou as
contas vindouras cujo pagamento deve ser programado. Essa realidade
contemporânea, resultante das intensas jornadas de trabalho e da agitação dos
grandes centros urbanos, choca-se em elevado grau com o que dispúnhamos no
passado da humanidade: tempo para refletir a cerca das coisas simples da vida. Tomás
de Aquino, Agostinho e Shakespeare são alguns poucos exemplos de escritores e
pensadores de outrora cuja problemática da vida e a finalidade da existência
humana faziam parte de seus questionamentos diários – nas bibliotecas são
encontrados seus escritos, que são perenes na história, e não nos deixam
mentir.
Toda essa introdução foi feita para que chegássemos a uma
importante questão: onde se encontra o AMOR no mundo de hoje? Nos últimos
tempos, percebemos que, nem ao menos nas coisas corriqueiras do dia-a-dia
mencionadas no início, ele pode ser encontrado. Poderíamos pensar que o AMOR
foi interiorizado de tal maneira, que ficou naturalizado e mecânico. Contudo, a
preocupação é ainda maior. O AMOR foi deixado de lado! Isso está bem claro, à
proporção que olhamos ao nosso redor. Corrupção, individualismo, fome e
miséria, guerras, destruição são as provas de que algo não anda bem no planeta.
O AMOR que, por Deus, foi inserido no seio da humanidade, tem quase que sido
expulso do convívio dela, por meio das atitudes frias e calculistas que o homem
vem tomando. Entretanto, Deus é persistente e o seu AMOR é vivo e isso pode ser
facilmente percebido e sentido, se olharmos com os olhos do coração à nossa
volta.
Se estivermos cegos de raiva, magoados ou chateados, os
nossos olhos ficam cegos. Para que essa cegueira seja curada, só depende de
nós! As pessoas cegadas por tais sentimentos geralmente recusam ajuda, como que
verdadeiros deficientes visuais que querem manter sua independência e se
esquivam quando alguém tenta ajudá-los a atravessar a rua. E isso vai afastando
aqueles que amam e querem ajudar. Somente o AMOR cura e transforma, porque esse
sentimento emana do Pai, fonte de todo poder a ação modificadora. Deixe se
ajudar! Primeiro por Aquele que está lá em cima e cujo AMOR é eterno,
imensurável e para todas as horas (Rm 8, 38-39). Depois se deixe ajudar pelo
irmão, imagem, semelhança e também fonte do AMOR do Criador.
Esse seu mesmo irmão que te amará, será responsável por lhe
mostrar que AMOR também é SACRIFÍCIO. A cada momento em que deixamos de lado os
problemas, as diferenças e as dificuldades do dia-a-dia para seguirmos em
frente juntos, abdicando de nós mesmos, reafirmamos esse aspecto. O próprio Pai
nos concedeu a maior prova de doação ao nos enviar seu Filho único para remir o
mundo de toda a imundice (I Jo 4, 7 – 11) e perpetuar o seu amor através da
Igreja, presente e atuante em todo o mundo. E nós, enquanto cristãos que
partilham da herança deixada por Deus, temos suma importância no trabalho que
essa mesma Igreja vem realizando e, consequentemente, na disseminação do AMOR
outrora esquecido. Levar o amor é levar a Cristo. Mas será que temos feito isso
de maneira voluntária e despreocupada? É preciso confiar! O próprio Cristo nos
diz que nenhum trabalho voltado às coisas do céu deixará de ser recompensado
(Lc, 18, 29 30 ). Ele provém os meios e capacita cada um de nós! TODOS nós, sem
exceção, somos VOCACIONADOS À MISSÃO E AO AMOR DE DEUS. Essas duas vocações são
as chamadas elementares da vida cristã. A partir dela se desenvolverão os
demais talentos que nos foram entregues pelo Criador. Se você tem vocação ao
matrimônio, à vida religiosa, ao magistério ou a salvar vidas, foi porque você
AMOU primeiro. E se esse AMOR foi
verdadeiro, você deixará a obra se realizar em sua vida, como Maria o permitiu
de maneira destemida, porque sabia que nada haveríeis de temer (Is 43, 4 – 5b).
E é de maneira destemida que precisamos seguir em nossa
comunidade paroquial, é claro, sempre movidos pelo AMOR. Se esse AMOR deixou de
ser a base e o combustível do seu serviço; pare para refletir pois, com
certeza, ele não está gerando frutos positivos, apenas se tornando uma
obrigação. Peça ajuda! O AMOR é um sentimento construído em conjunto. O AMOR de
um único ser por si próprio é egoísta e esconde o individualismo.
Por fim, vale ressaltar que nada do que foi falado aqui
parece ser novidade, porém no estágio atual da humanidade, pequenas reflexões
que nos tragam de volta às coisas simples da vida, como o AMOR, são sempre
salutares e nos mantém fincados em nossa fé. Não direi que é tempo de mudança,
porque tudo o que nos foi escrito e replicado aqui tem origem na Bíblia,
escrita há dois mil anos atrás. Aquele era, de fato, o tempo de mudança. O que
vivemos hoje é o tempo de AÇÃO. Que possamos agir em prol do outro, movidos
pelo AMOR!
Paz!
Thiago Costa
Em Deus Fé, Esperança e Amor!
Ministério Monte Sião